Originalmente o Teatro do Canto foi resultado da mobilização de pessoas da comunidade, formado por pais, professores e amigos do Núcleo de Educação Infantil do Canto da Lagoa. Seus participantes, inicialmente relacionados de alguma forma à escola, foram se diversificando. Atualmente o grupo é composto por vizinhos do Canto da Lagoa e de diversos outros bairros que querem se comunicar através do teatro.
O primeiro espetáculo encenado (do que hoje é o Grupo de Teatro do Canto) foi Uma História da Ilha (1994). Marilde da Fonseca (2000), fundadora do grupo, narra o processo de criação do teatro como resultado de um Projeto Político Pedagógico da escola, construído democraticamente através de questionários, entrevistas, rodas de conversa. A efervescência dos contatos sociais motivou pais e professores a se juntarem para fazer um espetáculo teatral mostrando o que tinham aprendido sobre o bairro.
Teatro da Festa Junina foi a segunda produção. Com o sucesso do primeiro espetáculo, no ano seguinte a ideia do teatro estava pulsando e ficou forte, de modo que havia boa adesão para o casamento caipira da festa junina. No processo de elaboração, o grupo recebeu a participação de artistas populares, de estudantes e moradores da Barra da Lagoa. Eles criaram uma história do casamento caipira relacionada com a festa do divino. Antigamente, nos bailes da comunidade do Canto, os meninos do Canto da Lagoa ficavam indignados porque os meninos da Barra da Lagoa vinham e “ficavam” com as meninas do Canto da Lagoa. Na história criada para o teatro, eles chegaram de barco, o namoro de um casal ficou sério e a menina engravidou. O pai da moça era o festeiro da Festa do Divino. Ele aproveitou a Festa do Divino e fez o casamento da filha.
O espetáculo integrou duas histórias que se entrecruzaram na solidariedade da amizade entre amigas, um ponto fundamental em que mulheres podem se apoiar no curso da vida. Esha e Heloísa, então estagiárias da UDESC, lideraram o Teatro do Canto na montagem de Teatro Fórum com auxílio do Fofa/Udesc através da Oficina Temática com o Centro de Teatro do Oprimido (CTO) do Rio de Janeiro, que consistiu em um curso e uma mostra de Teatro Fórum de dois semestres.
Nossas performances frequentemente têm algum envolvimento com as demandas do meio ambiente ou da comunidade